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sábado, dezembro 21, 2024

Cidadania no exterior? Quer um conselho? Eleição em Barcelona

Os brasileiros que vivem em Barcelona poderão se candidatar ao Conselho de Cidadania. Inscrições vão até 6 de junho e a votação vai de 19 a 26 do mesmo mês

Por Flávio Carvalho

“Um mais um é sempre mais que dois”. Beto Guedes.

O Presidente FHC, nos anos 90, pediu ao Ministro Lampreia para criar um Conselho de Cidadãos, representantes das comunidades para dialogar com os consulados. Indicados a dedo e com o rabo preso ao cônsul de plantão (claro). O que mudou? Explico, brevemente.

Junto com 98 participantes da criação da Rede de Brasileiras no Exterior, na Bélgica, em 2007, propomos melhoras ao nosso governo: mudar para a linguagem inclusiva (Conselho de Cidadania, afinal, sempre houve maioria de mulheres participantes e na liderança); que houvesse eleição direta; e que facilitasse a crítica construtiva – sem medo de retaliação ou perseguição – na construção de políticas públicas para as brasileiras no exterior. Autonomia, com obrigatório apoio do consulado, enfim. Compreensão do Estado Brasileiro. Aceitou-se.

Em seguida, fui eleito Vice-Presidente do Conselhão, de Representantes de todas as Brasileiras no Exterior, o CRBE. A luta continuou. E segue… Direitos não caem do céu, muito menos da noite para o dia.

Atendimento ao público, serviços consulares, Transparência absoluta na gestão pública, assistência, enfrentamento às violências machistas, documentação, pagamento de taxas, agendamento, apoio a projetos, promoção de direitos, são todas as coisas que podem ser feitas para nós. Merecemos que seja bem-feito. Sempre.

Tornou-se determinação oficial, no Governo Lula, a eleição direta de Conselheiras. Virou prática em vários consulados, como aqui em Barcelona. Não em todos, infelizmente. Recentemente, propomos ao novo governo que assim o fosse. Exigimos o obrigatório cumprimento. Que seja uma regra para todos. Política de Estado não deve ser ao bel prazer de quem quer ou não quer.

Sem esquecer que o Inelegível extinguiu todos os Conselhos no primeiro dia do seu governo fascista. Evidentemente.

Em Barcelona, o CC já existe, faz muitos anos. Obteve resultados satisfatórios. É hora de avançar e melhorar.

Eleições para o Conselho da Cidadania em Barcelona

Estão convocadas novas eleições, com prazo para inscrever-se até o dia 6 de junho. Leia todas as informações na página do consulado.

Recomendo a sua candidatura. Se tiver dúvidas, posso tentar esclarecer.

Não sou candidato a nada. Mas tenho muito interesse em que um bom grupo de pessoas, principalmente aquelas que pensam mais na coletividade do que na sua própria promoção individual, pessoal, deem continuidade ao bom trabalho de tantas ex-conselheiras.

Apoiarei e fiscalizarei, como cidadão brasileiro que eu nunca deixarei de ser.

A propósito, esta eleição não admite chapas, somente candidaturas individuais.

Em outros países, entretanto, não houve impedimento para que pessoas que tivessem os mesmos sentimentos se juntassem na campanha eleitoral, unificando-se em volta de objetivos comuns. É compatível. Afinal, como dissemos, não é como em candidatura de emprego. Não deve haver concorrência e sim solidariedade, já que não se trata de proveito próprio e sim do famoso Bem Comum. Mas essa é só uma opinião pessoal.

Como montar uma Campanha Coletiva? Fácil.

Priorize pessoas – mulheres, principalmente – que já atuam em diversos coletivos, construam propostas conjuntas para todas áreas setoriais do CC, façam um folheto informativo com os nomes e uma breve apresentação de todas e com aquilo que as une (a defesa de objetivos comuns, dizendo quais são estes). Daí, promovam uma Live divulgativa, além de um encontro presencial com a comunidade. Por fim, façam uma lista de lideranças comunitárias e pessoas expressivas que as apoiam, num manifesto de apoio bem bonito. Pronto. Mas, lembre-se: esta é só uma opinião.

Será possível votar online, de 19 a 26 de junho, e cada pessoa poderá votar em até 18 nomes.

Por isso, uma lista de candidatura coletiva e unitária já ajuda e até facilita pra quem quiser votar -em tantos nomes bons – numa proposta coerente, forte e com exitoso sentido de união.

Se já deu certo em outros países, não tem como não dar certo aqui também. 

Sobre o autor

Flávio Carvalho é sociólogo e escritor. Vive em Barcelona



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