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sexta-feira, abril 26, 2024

Cientistas, artistas e esportistas: relembre pessoas famosas que já foram refugiadas

Várias pessoas que hoje são personalidades históricas e contemporâneas já viveram como refugiados durante a vida. Conheça algumas dessas histórias

Por Maria Eduarda Matarazzo

O que personalidades históricas e contemporâneas como Albert Einstein, Anne Frank, Mila Kunis, M.I.A e as irmãs Sara e Yusra Mardini têm em comum? Todas elas são ou já viveram como refugiadas em algum momento de suas vidas.

De acordo com dados atualizados da ONU, cerca de 110 milhões de pessoas vivem em situação de deslocamento forçado no mundo, sendo que 35,3 milhões delas são refugiadas propriamente ditas, que se deslocaram para outros países.

A lista abaixo, que contempla algumas personalidades do passado e do presente que vivenciaram essa condição, mostra como a questão do deslocamento forçado pode afetar qualquer pessoa. E o destaque que alcançaram também serve como exemplo da importância de integrar aqueles que buscam reconstruir as próprias vidas.

Sigmund Freud (1856 – 1939)

Fundador da psicanálise, Sigmund Freud nasceu em Freiberg in Mähren, Morávia, Império Austríaco (hoje Příbor, República Tcheca), de pai judeu e comerciante de lã. Freud estudou medicina em Viena, onde conheceu sua mulher e construiu sua família.

Perseguido pelo regime de Adolf Hitler, teve de deixar a Áustria quando a Alemanha nazista anexou o país, em 1938, depois dele e de sua família terem perdido a nacionalidade, colocando-os como apátridas. Então Freud com sua mulher e filhos se mudaram para Londres, onde receberam a condição de refugiados políticos. Freud morreu em 1939, na sua casa, em Londres. Quatro de suas irmãs, no entanto, morreram em campos de concentração na Áustria.

Albert Einstein (1879 – 1955)

Conhecido como o pai da Teoria da Relatividade geral, Albert Einstein nasceu em UIM, no Reino de Württemberg, Império Alemão (atual região de Baden-Württemberg, Alemanha). Em março de 1933, quando regressava à Europa de navio após uma viagem, ele e sua esposa receberam a notícia de que o Parlamento alemão havia aprovado a Lei de Capacitação, conferindo poderes ditatoriais a Adolf Hitler e estabelecendo o regime nazista. Devido à sua origem judaica, Eisntein foi alvo de perseguição e acusado de trair os alemães. Para escapar dos nazistas, se refugiou na Bélgica, na Grã-Bretanha e, por fim, nos Estados Unidos, onde obteve a cidadania local em 1940 e residiu até a morte.

Clarice Lispector (1920-1977)

A famosa escritora e jornalista brasileira, na verdade, nasceu na atual Ucrânia. Sua família era judaica russa, que sofreu grandes consequências sociais e econômicas devido à Guerra Civil que se seguiu à Revolução Russa de 1917, enfrentando perseguições e extermínios em massa que atingiram a comunidade judaica na época.

Em busca de segurança, a família migrou para o Brasil em 1922, quando a futura escritora ainda era criança. Clarice, desde cedo, afirmava sua identificação com o Brasil “Naquela terra (Ucrânia) eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo”, dizia a escritora, que viveu a maior parte do tempo no Rio de Janeiro.

Anne Frank (1929-1945)

Anne Frank, foi mais uma que sofreu com o antissemitismo do regime de Hitler. Nascida em Frankfurt (Alemanha), Annelies Marie Frank era de uma família de judeus assimilados, ou seja, não praticavam todos os costumes da religião judaica. Após a Primeira Guerra Mundial, as condições sociais e econômicas da Alemanha mudaram, em 1933 Hitler assume a posição de Chanceler, o que piorou a situação da família de Anne. Em busca de melhoria e segurança todos se mudam para Amsterdã (Países Baixos), onde conseguiram ter uma vida confortável.

Em 1940, os alemães invadiram e ocuparam o país vizinho. Temendo a perseguição nazista, a família se escondeu em um anexo secreto. Por mais de dois anos, Anne, sua família e outras pessoas viveram escondidas, enfrentando condições difíceis e o medo constante de serem descobertos. Durante esse tempo, Anne escreveu um diário (primeiro registro foi feito em 1942) onde compartilhava seus pensamentos, experiências e sonhos. O esconderijo foi descoberto em 1944 e todos os seus ocupantes foram capturados. Anne foi enviada para um campo de concentração, onde morreu de tifo em março de 1945, pouco antes do fim da guerra. Seu diário, encontrado e publicado após a guerra, se tornou um testemunho poderoso das atrocidades do Holocausto e do espírito resiliente de Anne Frank como refugiada.

Miriam Makeba (1932-2008)

Conhecida como “Mama Africa”, a cantora, compositora e atriz Miriam Makeba foi embaixadora da boa vontade da ONU e ativista contra o apartheid sul-africano. Nascida em Joanesburgo, África do Sul, começou a trabalhar bem cedo após a morte de seu pai e passou a cantar profissionalmente na década de 1950 em seu país natal com uma mistura de jazz, melodias tradicionais africanas e música pop ocidental. Sua vida mudaria completamente em 1959 quando estrelou o documentário anti-apartheid “Come Back, Afrika”, apresentado no Festival de Veneza daquele ano.

Por sua posição de denúncia ao regime de segregacão racial na África do Sul, teve o passaporte cancelado e a cidadania cassada, levando-a à condição de apátrida. Buscou asilo em países da Europa, África e também nos Estados Unidos. Mesmo assim, seu trabalho como artista e ativista social ganharam reconhecimento internacional. Em 1990, com o fim do apartheid, pode enfim voltar à África do Sul.

Milos Forman (1932-2008)

Milos foi um importante ator, cineasta e roteirista que nasceu em Čáslav, na atual República Tcheca. Ele ganhou grandes prêmios como: Oscar em melhor direção, Globo de ouro por melhor direção, entre outros. Os pais de Forman eram protestantes e morreram em campos de concentração na Segunda Guerra Mundial – seu pai por vender livros proibidos e sua mãe por estar envolvida.

Após perder seus pais, Milos Forman se mudou para viver com seus parentes, então ele prosseguiu seus estudos na Escola de Cinema de Praga, concentrando-se em cinema. Após a invasão soviética para reprimir a “Primavera de Praga” em 1968, as autoridades locais não aceitavam suas comédias sociais sarcásticas, o que o levou a buscar refúgio em Hollywood em 1970. Em 1975, ele adquiriu oficialmente a cidadania americana. Desde 1978, ele atuava como professor de cinema na Universidade de Columbia. Seus filhos, Petr Forman, Andrew Forman, Matěj Forman e James Forman já nasceram nos Estados Unidos. Uma curiosidade é que seu irmão Pavel Forman, doze anos mais velho, um pintor checo também migrou depois da invasão de 1968, para a Austrália.

Madeleine Albright (1937-2022)

Primeira secretária de Estado mulher dos Estados Unidos, nomeada pelo então presidente Bill Clinton em 1997, Madeleine Albright nasceu como Marie Jana Korbelova, em Praga, em 1937. Filha de um diplomata tchecoslovaco, teve de fugir do país natal com sua família em razão da invasão nazista. Sua infância na Iugoslávia e a subsequente fuga para os Estados Unidos moldaram sua postura ao longo da vida como opositora ao totalitarismo e ao comunismo.

Isabel Allende (1942)

Filha de um diplomata e prima do ex-presidente chileno Salvador Allende, a escritora Isabel Allende Llona nasceu em Lima, no Peru, em razão do pai estar a serviço no país vizinho. Foi para o Chile com a mãe em 1945, quando os pais se separaram. chegou a morar também na Bolívia e no Líbano.

Em 1973, por conta do golpe militar encabeçado por Augusto Pinochet, Isabel deixou o país junto com sua família e refugiou-se em Caracas, na Venezuela, onde viveu até 1987, ano em que se divorciou do marido e se mudou para os Estados Unidos.

Milhais Baryshnikov (1948)

Milhais Baryshnikov é um importante coreógrafo, ator e um dos maiores bailarinos da história. Nascido em Riga, (Letônia), quando ainda era parte da União Soviética, tinha pai militar e a mãe trabalhando em um estúdio de moda. Foi ela que o introduziu nas aulas de ballet, aos 9 anos, Com 12, foi admitido na escola de ballet da ópera de Riga.

Conforme sua fama crescia, despertou a atenção da União Soviética, que receava perder mais um talentoso bailarino para o Ocidente. Baryshnikov enxergou a saída de seu país como a única opção para prosseguir com a carreira. Em junho de 1974, durante uma turnê no Canadá, Baryshnikov buscou asilo político. Posteriormente, ele partiu para os Estados Unidos. Atualmente o bailarino ainda se considera um russo, mas também um americano. Recentemente escreveu uma carta a Putin sobre a guerra contra a Ucrânia.

Key Huy Quan (1971)

“Minha jornada começou num barco. Acabei num campo de refugiados [em Hong Kong]… E, de alguma forma, acabei aqui. Dizem que histórias como essa só acontecem em filmes. Não acredito que isso está acontecendo comigo”.

Nascido no Vietnã, o ganhador do Oscar 2023 de ator coadjuvante pelo papel em “Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” tinha apenas sete anos quando deixou o país em um barco no final dos anos 1970, quando o Vietnã ainda estava em guerra e a família buscava melhores condições de vida. Ele e seu pai desembarcaram em Hong Kong, enquanto sua mãe e seus três irmãos seguiram para a Malásia. Em 1979, a família se reuniu novamente quando migraram para os Estados Unidos, onde estabeleceram residência permanente. O ator, então, continuou seus estudos e obteve graduação em Cinema na Universidade da Califórnia. Quan lembrou dessa trajetória ao agradecer pelo prêmio.

M.I.A (1978)

Borders, da cantora M.I.A, questiona fronteiras e o tratamento dado a refugiados no mundo. Crédito: Reprodução

M.I.A (cujo nome real é Mathangi “Maya” Arulpragasam) nasceu em 1978, na Inglaterra. No entanto, sua família é do Sri Lanka, um país localizado no sul da Ásia, para onde ela se mudou ainda criança. Lá, seu pai envolveu-se no ativismo político e tornou-se membro fundador de um grupo político Tamil que trabalhava para combater a discriminação sistemática enfrentada pela minoria Tamil na ilha. Devido à situação política e ao conflito no Sri Lanka, a família de Maya teve que se esconder do exército do país. Durante esse período, Maya tinha pouco contato com seu pai devido às circunstâncias desafiadoras e perigosas que enfrentavam.

Infelizmente, devido à guerra civil no Sri Lanka (1983-2009), M.I.A e sua família tiveram que fugir para a vizinha Índia em busca de segurança. Posteriormente, eles se estabeleceram em Londres, onde M.I.A estudou e começou sua carreira musical. Portanto, a questão da migração e do refúgio desempenham um papel significativo na história de vida da artista. Uma amostra dessa presença está na canção “Borders”, que teve clipe produzido e dirigido pela própria cantora.

Regina Spektor (1980)

Regina é uma cantora, compositora e pianista, que nasceu na Rússia. Regina Spektor e sua família deixaram a Rússia em busca de melhores oportunidades e segurança. Ela nasceu em Moscou, na Rússia, em 1980, em uma família de origem judaica. Durante a época em que Regina era criança, havia incertezas e restrições políticas na União Soviética (que posteriormente se dissolveu, dando lugar à Rússia). Muitas famílias judias enfrentaram dificuldades e discriminação nesse período.

Em 1989, quando Regina tinha nove anos, sua família decidiu emigrar viajando primeiro para a Áustria e depois para a Itália. Após esse período, sua família se estabeleceu nos Estados Unidos, em Nova Iorque, onde Regina teve a oportunidade de continuar sua educação e desenvolver seu talento musical. A mudança permitiu que Regina explorasse seu potencial artístico em um ambiente mais livre e ofereceu-lhe um caminho para seguir sua paixão pela música de maneira mais ampla.

Mika (1983)

Mica Penniman, conhecido no mundo da música como Mika, é um cantor pop de dupla nacionalidade libanesa e norte-americana, atualmente residindo em Londres.

Nascido em Beirute, Mika é filho de uma mãe libanesa e um pai norte-americano. Quando ele tinha apenas um ano, devido à situação de conflito no Líbano, sua família foi obrigada a deixar o país e se estabelecer em Paris. Ele viveu na França até os 9 anos, quando seu pai ficou retido no Kuwait, por questões diplomáticas, durante o início da Guerra do Golfo. Após esse período, Mika mudou-se para Londres, onde reside atualmente. Londres se tornou seu lar e o local onde ele desenvolveu sua carreira musical.

Mila Kunis (1983)

Mila Kunis, atriz, modelo e dubladora, nasceu na Ucrânia. ela  e sua família se mudaram para os Estados Unidos, por conta de que Kunis vem de uma família de origem judaica e citou o anti-semitismo na antiga União Soviética como uma das várias razões para a mudança de sua família para os Estados Unidos. Durante sua infância, seu país enfrentou desafios econômicos e sociais significativos.

Quando Mila tinha sete anos, seus pais decidiram deixar a Ucrânia e buscar novas oportunidades nos Estados Unidos. Eles se estabeleceram em Los Angeles, na Califórnia. A mudança para os Estados Unidos oferecia a perspectiva de uma vida mais próspera, melhores oportunidades educacionais e uma maior liberdade pessoal.

Luka Modric (1985)

Modric, do Real Madrid, eleito melhor meio-campista da temporada 2016/2017 na Europa. Crédito: Reprodução/Uefa

O croata Luka Modric, nasceu em 1985, em Zadar. Sua vida sofreu uma mudança quando a Croácia buscava sua independência, juntamente com outras antigas repúblicas como Macedônia, Bósnia e Eslovênia. Durante esse período, seu pai, Stipe, foi convocado para servir como soldado, e infelizmente seu avô foi morto em um bombardeio pelas forças sérvias.

Devido ao conflito, a família de Modric teve que se deslocar e encontrou abrigo em um hotel em Zadar. Com o fim da guerra, em 1995, Luka estava determinado a mostrar suas habilidades no time local, porém não durou muito e Luka foi jogar na Bósnia Herzegóvina . Em 2004, ele retornou à Croácia para jogar no Inter Zapresic e, apenas um ano depois, já estava de volta ao Dínamo de Zagreb. Em 2008, Luka, que já fazia parte da seleção croata, decidiu buscar novos desafios e transferiu-se para o Tottenham, na Inglaterra. Ele se destacou no futebol inglês, tornando-se um ídolo do clube londrino ao longo de quatro temporadas. Sua excelência em campo chamou a atenção do poderoso Real Madrid, onde ele chegou em agosto de 2013 e onde continua jogando até hoje, consolidando-se como uma figura de destaque no cenário do futebol mundial.

Kaysar Dadour (1989)

O ator que ficou famoso por participar da décima oitava temporada do reality shoe “Big Brother Brasil”, se mudou para o Brasil devido à situação de conflito e instabilidade vivida na Síria, seu país de origem. Ele nasceu em Alepo, na Síria, em 1989. A Síria tem enfrentado uma guerra civil devastadora desde 2011, com consequências significativas para a segurança e o bem-estar de seus cidadãos.

Em meio a esse contexto de conflito, Kaysar Dadour conseguiu um visto de estudante deixou a Síria e buscou refúgio na Ucrânia. Já em 2014, com a ajuda do cônsul da Síria no Brasil, que também era primo de sua mãe, Kaysar teve a oportunidade de ir para a cidade de Curitiba, no estado do Paraná, onde passou a viver com outro primo. Em setembro de 2018, seus pais e sua irmã chegaram ao Brasil, reunindo-se com Kaysar. Posteriormente em 2019, Kaysar Dadour conseguiu se naturalizar como cidadão brasileiro.

Sara e Yusra Mardini

As irmãs Yusra e Sara Mardini. (Foto: Reprodução/Instagram Sara Mardini)

As irmãs nadadoras desfrutavam de uma infância feliz em Damasco, na Síria. No entanto, a guerra trouxe frustrações e dificuldades para as vidas das adolescentes.Em 2015, diante da falta de segurança, Sarah e Yursa Mardini decidiram fugir da Síria em busca de uma nova vida no exterior. Após chegar à Turquia, vinda do Líbano, ambas conseguiram um lugar em um pequeno barco que tentava alcançar a Grécia, mas acabaram enfrentando uma situação de perigo extremo: o motor do barco falhou no meio do mar. Sem hesitar, Mardini e Sara, com outras duas pessoas que sabiam nadar, pularam na água e empurraram o barco por uma exaustiva jornada de três horas até chegarem a Lesbos, na Grécia.

As duas irmãs seguiram para a Alemanha, onde se estabeleceram em setembro de 2015. Mais tarde, tiveram a felicidade de reunir-se com seus pais. Yusra Mardini é embaixadora da boa vontade da ACNUR e representou o time dos refugiados nas olimpíadas de 2016 e 2020, quando ganhou a cidadania alemã. Já Sara, em 2018, foi presa enquanto trabalhava na assistência a refugiados e passou mais de cem dias detida, sob acusação de tráfico humano. Segundo as organizações internacionais Anistia Internacional e Human Rights Watch, o processo teve “motivações políticas” e “violou direitos humanos fundamentais”. O julgamento segue em curso.

A vida da dupla inspirou o filme “As Nadadoras”, lançado em 2022.

Giannis Antetokounmpo (1994)

O grego Giannis Antetokounmpo, filho de imigrantes nigerianos, eleito melhor jogador da NBA na temporada 2018/2019. Crédito: Wikimedia Commons

Eleito por duas vezes o melhor jogador da NBA e um dos destaques da liga de basquete dos Estados Unidos, Giannis é o terceiro de cinco filhos de Charles e Veronica Antetokounmpo, imigrantes nigerianos. Em 1991, seus pais se mudaram para a Grécia em busca de melhores condições de vida, devido à crise econômica e instabilidade política em seu país de origem. Três anos depois, em 1994, Giannis nasceu em solo grego, assim como seus irmãos. Devido ao status de imigrantes indocumentados de seus pais, Giannis e seus irmãos não receberam automaticamente a nacionalidade grega após o nascimento. Além disso, eles também não foram registrados na Nigéria. Como resultado, cresceram nas periferias de Atenas como apátridas, sem serem oficialmente reconhecidos como cidadãos de nenhum país.

Giannis já chamava a atenção na Grécia jogando basquete. Quando completou 18 anos, seu nome começou a ser cogitado na NBA. Foi somente quando a liga mostrou interesse real em contar com Giannis que ele e seus irmãos finalmente receberam a cidadania grega. Isso só foi possível após uma intervenção direta do Ministro dos Esportes. Poucos dias depois, Giannis Antetokounmpo foi selecionado para jogar no Milwaukee Bucks, nos Estados Unidos, marcando o início da carreira vitoriosa na NBA, onde tem o apelo de “The Greek Freak”.

Alphonso Davies (2000)

Nascido em um campo de refugiados em Gana, Alphonso Davies salta para comemorar após marcar o primeiro gol do Canadá em Copas do Mundo
Nascido em um campo de refugiados em Gana, Alphonso Davies salta para comemorar após marcar o primeiro gol do Canadá em Copas do Mundo. (Foto: Canada Soccer)

Embaixador da Boa Vontade da ACNUR, Alphonso Boyle Davies nasceu em 2 de novembro de 2000 em Buduburam, Gana. Ele é um futebolista canadense de ascendência liberiana, conhecido por suas habilidades como lateral-esquerdo e ponta-esquerda. Atualmente joga no Bayern de Munique, clube que domina o futebol alemão há dez temporadas e um dos principais da Europa.

Davies e sua família fugiram da guerra civil na Libéria e buscaram refúgio em Gana. Em 2006, quando ele tinha apenas cinco anos de idade, a família foi reassentada em Edmonton, no Canadá, como refugiados. Foi lá que Davies começou a jogar futebol, inicialmente em times de base locais.

Seu talento chamou a atenção e, aos 14 anos, Davies se tornou o jogador mais jovem a assinar um contrato com o Vancouver Whitecaps, equipe da Major League Soccer (MLS), em julho de 2016. Além de destaque do time alemão, Davies tem a nacionalidade canadense e joga pela seleção nacional.

Eduardo Camavinga (2004)

O jogador da França teve seus pais fugindo da guerra na República Democrática do Congo e buscando refúgio em um campo de refugiados em Miconje, Angola. Quando Camavinga tinha apenas dois anos, sua família se mudou para Lille, na França, em busca de uma vida melhor. Foi lá que ele começou a se envolver com o futebol, ingressando nas categorias de base do Drapeau Fougères. Em 2013, com apenas dez anos, Camavinga assinou contrato com o Rennes.

Sua dedicação e talento chamaram a atenção, e ele foi promovido ao elenco principal do Rennes pelo técnico Julien Stéphan. Sua estreia oficial ocorreu em abril de 2019, em um empate emocionante por 3 a 3 contra o Angers. Durante sua primeira temporada, ele participou de sete partidas na Ligue 1, impressionando com seu desempenho. Em 14 de dezembro de 2018, quando foi promovido ao time principal, Camavinga fez história ao se tornar o jogador mais jovem a assinar um contrato profissional com o Rennes. Sua jornada no futebol é verdadeiramente inspiradora, mostrando sua perseverança e superação das dificuldades enfrentadas por sua família como refugiados.

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