Com colaboração de Eva Bella
Na Paróquia da Assunção de Nossa Senhora, no Jardim Paulista (zona oeste de São Paulo), todas as segundas-feiras, a italiana Manuela Barbolan, 47, conduz as aulas de italiano e cativa os alunos com simpatia, bom humor e histórias da terra natal. E já planeja voos mais altos
Vegana e esportista (disputa corridas de rua e até maratonas), Manuela nasceu em Treviso, cidade da região do Veneto e próxima a Veneza, e chegou ao Brasil em 2013. Aqui ela faz consultoria para empresas italianas – um trabalho parecido com a consultoria que tinha na Itália, que ela decidiu fechar pela necessidade que sentia de mudar a própria vida.
“Estava cansada de tudo, e meu sonho estava em mudar de vida”, resume.
Como forma de entender melhor o Brasil, começou a dar aulas de italiano como voluntária na Paróquia da Assunção, a partir de uma oportunidade oferecida pelo pároco do local. Nas aulas, conforme ia conhecendo melhor os brasileiros, percebeu que as famosas receitas italianas feitas por aqui são diferentes das versões originais, da terra natal de Manuela. Daí nasceu o curso Cuciniamo in Italiano, ministrado por ela gratuitamente na paróquia.
No curso, Manuela usa o idioma italiano para falar das diferenças entre os pratos “daqui” e “de lá”, especialmente das regiões do Veneto, Friuli, Venezia Giulia e Trentino Adige. Por enquanto as aulas são teóricas, mas ela busca um espaço para unir de fato o idioma italiano ao ensino da famosa culinária da terra natal. “Sou gourmet e apaixonada por cozinha. E tratam-se de pratos que agora a Itália está redescobrindo”, conta a consultora e professora voluntária.
Enquanto o novo espaço não chega, Manuela começa a levar seus alunos para mercados e mercearias, onde usa o italiano para explicar as diferenças entre queijos e massas, por exemplo. Nomes de frutas, verduras e outros artigos também são recordados em italiano. Outros passeios estão nos planos da professora.
As visitas são uma verdadeira aula prática do idioma, que ela sonha em expandir até mesmo para estabelecimentos comerciais.
“Eu posso ir falar sobre a comida e até falar em italiano. Vamos construindo um projeto personalizado, de acordo com as necessidades do restaurante e partilhar isso com funcionários e clientes. Pode ser um buffet, um curso ou uma outra forma. Juntos vamos divulgar a verdadeira comida italiana”, projeta a professora.