Por Gloria Branco
Maior cidade do estado de Santa Catarina, à frente até da capital Florianópolis, Joinville é o destino que mais de 500 haitianos escolheram para recomeçar suas vidas no Brasil – trocando Porto Príncipe, capital do país caribenho, pela “cidade dos príncipes” (um dos apelidos de Joinville). A migração começou em abril de 2013 e tem crescido nos últimos meses, o que torna comum encontrar haitianos circulando e trabalhando na cidade.
Vindos de outras partes do Brasil como Acre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os haitianos chegam em busca de melhores ofertas de trabalho e boa remuneração. Segundo Oscar Biffi, delegado da Polícia Federal de Joinville, como migrantes em território nacional, os haitianos que chegam a Joinville estão com a documentação em ordem. “Eles chegam por cidades com território de fronteira, portanto não temos estimativas sobre a quantidade de haitianos em Joinville”, confirma Biffi.
Conhecida como polo industrial e com grandes multinacionais instaladas na cidade, Joinville atrai os haitianos que desejam uma vida mais estruturada. Em 2013, a RH Brasil, empresa de recrutamento e seleção com escritório em Joinville, contava com 132 pessoas de ascendência haitiana buscando uma oportunidade de trabalho. Hoje esse número aumentou 15%, suprindo uma demanda de funcionários para cargos operacionais.
Algumas empresas como a Fundição Tupy e grandes redes de supermercados da região (como Giassi e Angeloni) contratam mão de obra desses imigrantes. “Os haitianos são comprometidos, organizados e mantem bom relacionamento com os colegas de trabalho”, afirma Valentin Moresco, coordenador de seleção da RH Brasil.
Segundo Moresco, os haitianos chegam com vontade de trabalhar e valorizam as oportunidades que são oferecidas. “Fazemos um acompanhamento após a contratação e não recebemos feedbacks negativos. Os haitianos são bem aceitos e à medida que surgem as vagas de trabalho, eles são empregados”.
Para se candidatar às vagas, os haitianos precisam estar com documentação regularizada pela Polícia Federal. Com o protocolo emitido pela PF ou já com o visto de permanência (RNE), podem concorrer a uma vaga de trabalho, bem como providenciar moradia. Após a grande entrada de imigrantes do país caribenho, o governo brasileiro passou a facilitar a concessão de asilo em caráter especial, pois os haitianos não são considerados refugiados.
A maior dificuldade dos haitianos ainda é no idioma. Em Joinville, algumas empresas que contratam esses trabalhadores têm ajudado com o português, mas uma ação do poder público seria fundamental para sanar os problemas de comunicação que pode ser um empecilho para que os haitianos tenham a carteira de trabalho assinada. “Uma parceria entre prefeitura e empresas privadas para ensinar o português aos haitianos seria de grande ajuda”, enfatiza Valentin Moresco.
Sonhos para o futuro
Deixando para trás o país de origem, muitos haitianos deixam também amigos e família. Sozinhos em um novo país, se empenham em ganhar dinheiro para viabilizar a vinda dos entes queridos às terras brasileiras.
Essa é a história de Olmann Penide que trabalha arduamente para juntar a quantia necessária para trazer a esposa e os filhos ao Brasil. No Haiti, Penide tinha diploma de mestre de obras, mas aqui só conseguiu empregos como ajudante de soldador e ajudante de cozinha. Com dupla jornada, trabalha para juntar R$ 10 mim para trazer seus familiares ao país. Além disso, todos os meses envia dinheiro para a esposa no Haiti. “Lá não tem serviço, cada mês temos que mandar dinheiro para comprar roupas para ela e os filhos”, lamenta Penide.
Outra haitiana que também planeja um futuro melhor no Brasil é Marie Pierra. Quando chegou ao Brasil após o terremoto de 2010, seu desejo era conseguir um emprego e abrir caminho para a vinda do marido. Hoje os dois trabalham para trazer toda a família para o país. Marie deixou no Haiti seis filhos, com idades entre seis e 20 anos. “Eu quero trazer eles, mas não tenho forças”, lastima a haitiana.
A esperança é que, após conseguir a permanência definitiva no Brasil, os haitianos podem solicitar um visto de reunião familiar junto ao Consulado Brasileiro no Haiti ou com pedido pelo Brasil.
Solidariedade
Os haitianos demonstram gratidão ao país e à cidade que os acolheu. “Joinville é pequena e tranquila, bom para morar. Quero trazer minha mãe e noiva para cá”, declara Jean Michelet Louis, que está no país a pouco mais de um ano e diz que se sente feliz em morar no Brasil.
Os moradores de Joinville acolheram bem os haitianos e tem ajudado na adaptação ao novo país. Um grupo de joinvilenses colabora com uma comunidade de haitianos e oferece orientações de como fazer o CPF e a carteira de trabalho. Auxílio com alimentos, roupas e móveis também são oferecidos aos haitianos que na maioria das vezes chega apenas com o passaporte e a roupa do corpo.
Com esse auxílio, os haitianos não pensam em deixar a cidade e confiam que no Brasil, e em Joinville, não lhes faltará um lugar para chamar de novo lar. Na cidade dos príncipes, os haitianos encontram condições dignas para recomeçar a viver.
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[…] importante agente na sua formação e continua a atrair pessoas de outras partes do mundo, como os haitianos. E os desafios trazidos pela migração atual também se refletem no Museu Nacional, fundado em […]
eu ja namorei um aitiano q hje mora em santa catarina foi o melhor namorado q ja tive muito carinhoso e sou apaixonada por ele até hje gostaria muito de te-lo volta mas