A cantora e musicista Ana Tijoux é mais uma artista a ter a migração na alma e no sangue. Com dupla nacionalidade (francesa e chilena), nasceu em Lille (França) em 1977 e é filha de pais chilenos que deixaram o país devido à sangrenta ditadura da época (1973-1990).
Começou a adentrar no mundo da música em 1988, por meio do hip hop – ritmo que impera na maior parte de suas composições. Mas carreira solo de fato começou em 2007, com o álbum 1977, que faz menção à data de nascimento de Ana.
Suas composições são engajadas socialmente, que ganham ainda mais tom de protesto sob a forma do hip hop. Entre essas músicas está Shock, de 2011, composta e lançada em meio aos protestos estudantis que marcaram o Chile naquela época.
Embora a música seja focada na crítica às políticas neoliberais no país natal, ela também é usada em manifestações sobre migração. Em 2012, por exemplo Ana gravou Shock no deserto do Arizona como parte do “Alto Arizona,” uma campanha focada na visibilidade, reconhecimento e dignidade dos migrantes que vivem nesse Estado nos Estados Unidos. E é esse vídeo que pode ser visto abaixo.
De acordo com a revista Rolling Stone, Ana Tijoux é a melhor rapper de língua espanhola. E para outra revista, a Newsweek, ela é “a rapper latino-americana mais importante da cena internacional”.