Esta é a terceira parte da série Migração e Saudade, feita em conjunto com o Projeto Guadalupe, idealizado pela cineasta e fotógrafa Erica Suelen de Sousa. Ele retrata imigrantes que vivem em Brasília e arredores a partir de um sentimento comum a todos eles: a saudade.
Mouamar, de um continente sempre presente na UnB
Por Erica Suelen de Sousa
Mouamar Dinis Sequeira é formado em Letras pela UnB – Universidade de Brasília. Natural de Guiné-Bissau, há seis anos se encontra no Brasil. Na época em que o conheci era estagiário no Centro de Convivência Negra da UnB. Comunicativo e solidário, não foi difícil encontrá-lo.
Conheci Mouamar no famoso “banquinho dos africanos” que fica na porta do Restaurante Universitário na UnB. Foi muito espontâneo, pois, eu conversava com um colega depois do almoço sobre o tema de migrações e ele, curioso, entrou em nossa conversa. Terminou sendo uma tarde muito agradável conhecê-lo e muito produtiva também, pois ele é um personagem muito importante nesse projeto. Me ajudou a encontrar outros imigrantes dentro do campus e sempre esteve muito disposto a dar qualquer ajuda, já que era um moço muito diplomático e conhecido dentro da UnB, insistiu em afirmar que podia contar com ele no projeto Guadalupe:
“Este é o banquinho dos africanos. Sempre irá nos encontrar aqui. Sente-se conosco. Nós ficaremos felizes em te mostrar nossa cultura”
Quando Mouamar abre seu coração pra falar de saudade, afirma que já fazia muito tempo que estava longe de sua família, mas que logo logo estaria junto de tudo que ele sentia saudade de novo:
“Eu sinto saudade muito da minha família, minha mãe, meu filho, minhas irmãs e também da comida da minha mãe, eu tenho saudade demais… Tenho saudade de meus amigos também, do meu país mesmo porque a gente não da valor no nosso pais quando a gente tá la só quando você sai fora é que você sente saudade. Eu já tô aqui há seis anos e nunca voltei pro meu país. Então, as vezes, quando escuto musica eu lembro de muitas coisas, das brincadeiras com a minha irmã e o carinho da minha mãe, então, isso dá saudade demais.”