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segunda-feira, dezembro 23, 2024

Natalie vive suas viagens para compartilhar

Esta é a sétima e penúltima parte da série Migração e Saudade, feita em conjunto com o Projeto Guadalupe, idealizado pela cineasta e fotógrafa Erica Suelen de Sousa. Ele retrata imigrantes que vivem em Brasília e arredores a partir de um sentimento comum a todos eles: a saudade.

Natalie Nafti: ela vive suas viagens para compartilhar

Por Erica Suelen de Sousa

Natalie é uma simpática moça alemã da cidade de Dortmund que conheci também no interior do Goiás. Ela formou sua família durante as viagens em que foi migrando até chegar a Chapada dos Veadeiros, lugar onde mora há 2 anos dos 4 anos que chegou no Brasil – e dos 7 que está longe da terra natal. Foi na Chapada onde teve um lindo bebê goiano, fruto da união entre ela e seu marido colombiano, Oscar.

Natalie é artesã e circense. Vive uma vida tranquila no interior e escolheu o Goiás como seu lar por toda a natureza e a gentileza das pessoas da Vila de São Jorge. Pra ela, é um lugar saudável para que a família viva em paz.

Natalie e Oscar formam um casal em que a criatividade é o pilar do equilíbrio familiar. Eles são músicos, artesãos, circenses e também têm uma área de camping em sua residência onde recebem os visitantes e turistas que chegam na vila. Sempre estão ativos vendendo seus trabalhos e se apresentando, não só na vila, mas também em várias cidades do estado de Goiás, incluindo na nossa capital Brasília, espalhando risos e alegria na criançada e também nos adultos.

Natalie Nafti, de Dortmund (Alemanha) para o interior de Goiás. Crédito: Erica Suelen de Sousa/Projeto Guadalupe
Natalie Nafti, de Dortmund (Alemanha) para o interior de Goiás.
Crédito: Erica Suelen de Sousa/Projeto Guadalupe

No último encontro que tive com a família, me contaram de seus planos para na próxima temporada de carnaval, montarem um mini circo em sua residência e apresentarem novas funções de circo, o que tanto para os locais da vila, quanto para os visitantes, será mais uma opção de lazer inesquecível, como é quase tudo na Vila de São Jorge.

“Do que eu mais sinto saudade hoje em dia é a solidariedade entre as pessoas quando viajam. Por todos os lugares que passei recebi muita ajuda e essa saudade sempre levo comigo. Essa coletividade entre os viajantes é o que mais fica em minha memória. Você sempre vai encontrar pessoas que querem te ajudar quando você viaja. E depois, também sinto saudades da minha família. Saudades da minha família porque não estou perto deles, mas o que mais sinto falta mesmo é da vida de antes, onde as pessoas eram mais unidas. Agora sinto que as pessoas andam mais afastadas, no seu próprio mundo, sem compartilhar. Enfim, essas são as coisas mais importantes que sinto saudades sempre em minha vida. Ainda há muitas coisas que me fazem falta, mas não são tão importantes como isso que te disse agora.”

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