Grupo idealizador da peça Tempo Suspenso traz nova ação relacionada à temática migratória
Por Rodrigo Borges Delfim
Em São Paulo (SP)
Seja por necessidade, imposição ou escolha, os migrantes se apresentam como protagonistas na construção de novas possibilidades de enraizamento e são eles que criam e nutrem ramificações afetivas capazes de desenhar novos territórios individuais e coletivos. Essa nova ideia de lar é o que norteia a performance/intervenção “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto”, da Cia. Artesãos do Corpo.
A ação, que será apresentada neste final de semana no Museu da Imigração, em São Paulo (veja mais no serviço ao final do texto), é um desdobramento do projeto Tempo Suspenso, contemplado pelo 18º edital do Programa Municipal de Fomento. A iniciativa já gerou outras duas criações do grupo: a peça Tempo Suspenso, que foi acompanhada pelo MigraMundo (leia aqui a crítica); e a intervenção Estranhos seres nebulosos e ilusórios, realizada na rua e em espaços públicos.
A performance/intervenção/instalação tem inicio com nove pares de sapatos/concreto instalados no espaço, formando uma instalação. Esse espaço cênico é preenchido pouco a pouco pelos corpos dos intérpretes e pela trilha sonora, composta por depoimentos de pessoas nascidas em outras países, mas que adotaram o Brasil – mais especificamente a cidade de São Paulo – como morada e lugar para fixar suas raízes.
O teaser abaixo dá uma ideia do que o público vai encontrar ao acompanhar a intervenção:
Sobre a Cia. Artesãos do Corpo
Criada em 1999 pela socióloga e bailarina Mirtes Calheiros, a Cia. Artesãos do Corpo é formada por bailarinos, performers, atores e pesquisadores de artes cênicas, com o objetivo de elaborar espetáculos e intervenções que provoquem a sensibilidade e a consciência do espectador para temas de interesse no mundo contemporâneo – entre eles, a migração.
Uma característica marcante nos trabalhos da Cia. Artesãos do Corpo é a busca por usar o palco e locais não convencionais como espaços de atuação e diluir fronteiras entre dança, teatro e performance. Ela ainda lança mão de elementos orientais como meio de preparo tanto do corpo como da mente. Para o projeto Tempo Suspenso, por exemplo, o recurso é o MA – modo de olhar o mundo inerente à cultura japonesa, que considera o intervalo, o vazio e as lacunas.
Em “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto” esses elementos ficam bem claros na questão da qual parte a ideia da performance: “Como lidar com o conceito de enraizamento num contexto onde o corpo é obrigado a deslocar frequentemente suas raízes? ”
“Refúgio – ou como fixar raízes no concreto”
Data e hora: 23 e 24 de setembro (sábado às 15h e domingo às 11h)
Local: Museu da Imigração – Rua Visconde de Parnaíba, 1316, São Paulo (SP) – próximo à estação Bresser-Mooca do Metrô
Duração∶ 30 minutos
Classificação∶ livre
Entrada: gratuita
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