Colaboradora do MigraMundo desenvolveu trabalho com crianças em campos de refugiados na Grécia
Por Rodrigo Borges Delfim
Em São Paulo (SP)
Voluntária há dez anos em questões humanitárias e relacionadas à questão dos refugiados, a jornalista e estudante de Relações Internacionais Alethea Rodrigues sonhava em desenvolver uma ação própria dedicado à temática do refúgio. Neste ano, ela conseguiu.
Colaboradora na área de comunicação do Instituto Adus (que atende e orienta refugiados e solicitantes de refúgio) e também do MigraMundo, Alethea foi à Grécia em maio passado, onde trabalhou em um campo de refugiados na triagem de doações que chegavam de todo o mundo (leia aqui o relato feito por ela para o MigraMundo). Também vistou squads (ocupações não reconhecidas pelo governo grego) que também servem de abrigo para pessoas de diferentes origens.
Foi a partir do contato com essa realidade que ela desenvolveu o projeto “Um sonho e um sorriso”, que reuniu 30 crianças e adolescentes, entre refugiados e solicitantes de refúgio, que atualmente vivem em solo grego.
“Quis compartilhar o que senti em uma das experiencias mais legais e importantes que tive até hoje no meu trabalho como voluntária que já realizo há dez anos”, explica a autora.
Durante encontros com Alethea, eles compartilharam um pouco sobre seus sonhos e futuro em corações de papel. Além da mensagem, cada coração tinha uma foto da criança e a tradução do texto em português.
A primeira apresentação pública do projeto aconteceu na abertura do bazar fixo do Adus, em São Paulo, nos dias 25 e 26 de novembro. Para 2018, Alethea estuda outros locais para apresentar o projeto, dentro ou fora do Brasil. De qualquer forma, ela acredita que conseguiu deixar uma mensagem.
“Reclamamos muito da vida, por pequenas coisas e vendo essas crianças falarem sobre sonhos mesmo depois de terem perdido praticamente tudo é uma lição de vida”, opina Alethea sobre a experiência. “A foto das crianças sorrindo também é uma mensagem para pessoas que, por muito menos, deixam de sorrir”, completa a voluntária.
Dados do mais recente relatório do ACNUR, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Global Trends 2016), embasam a realidade presenciada por Alethea na Grécia e que se repete em outras regiões do mundo. Dos 65,6 milhões de refugiados e deslocados internos, de acordo com a agência, 51% são crianças e jovens. Só no ano passado, 75 mil solicitações de refúgio foram feitas em todo o mundo por crianças que viajavam sozinhas ou desacompanhadas dos pais.
[…] mês que esteve em campos de refugiados na capital grega, em maio de 2017, produzindo a exposição “Um Sonho e Um Sorriso” (apresentada em novembro do mesmo ano), com cartazes desenhados pelas próprias crianças sobre as […]