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sexta-feira, dezembro 27, 2024

2016, um ano que promete desafios, dificuldades, ensinamentos e conquistas

O que esperar de 2016, depois de um ano tão intenso e com tantos extremos como 2015?

Essa dúvida está na minha mente, e certamente na de tantas outras pessoas mundo afora.

Sim, porque 2015 surpreendeu nos extremos. Vimos o maior deslocamento humano desde a Segunda Guerra Mundial, o aumento da retórica nacionalista/xenófoba. E continuam fortes os fatores que causam esses deslocamentos em massa – guerras, perseguições em geral, desastres ambientais, pobreza.

Eventos esses que transformam a migração não um direito humano, mas em uma das únicas saídas possíveis em direção a uma outra vida – e que não necessariamente será melhor que a anterior.

Nunca é demais lembrar, mas somos todos imigrantes. Crédito: Juliana Tubini
Nunca é demais lembrar, mas somos todos imigrantes. Mensagem  gravada em mural na Praça Kantuta, em São Paulo, feito por Carga Máxima (Peru) e Luiz Luis Júnior (Belém-PA).
Crédito da foto: Juliana Tubini

Por outro lado, em escala local e global é possível ver como há pessoas que realmente se importam com aqueles que se deslocam. Entendem que migrar é algo natural, que transforma as sociedades ontem, hoje e sempre, mas que também reflete os eventos históricos que nos rodeiam.

Muitas vezes falta preparo ou mesmo apoio para viabilizar projetos, políticas públicas e outras iniciativas de inclusão e promoção da diversidade, de combate à xenofobia. Mas a simples existência dessas ações precisa ser conhecida, valorizada e aprimorada.

2016 é tempo de começar a aproveitar melhor as oportunidades que surgem. Por exemplo, em julho acontece o VII Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM), que volta ao Brasil e vai acontecer na cidade de São Paulo. Embora o Fórum seja um evento consultivo, é um espaço da maior importância para migrantes e a sociedade civil organizada mostrarem mais uma vez suas faces, reivindicações e o que podem – e vão – fazer em prol de uma sociedade mais justa e plural.

O Fórum é apenas um exemplo. Diversos outros podem ser aplicados, dependendo do contexto local, regional, nacional ou global. No caso do Brasil, não se pode perder de vista o fato de 2016 ser ano eleitoral, no qual qualquer faísca pode virar um grande incêndio por conta de articulações e disputas políticas. Nunca é demais lembrar que a migração, como direito humano que é, deve ser vista como uma questão suprapartidária.

Sim, 2016 está apenas começando e tudo indica que deve ser tão ou mais intenso do que foi 2015. Um ano repleto de desafios, no qual as dificuldades estarão sempre por perto – mas no qual todo o aprendizado obtido até aqui será de grande utilidade para não só enfrentar e superar essas dificuldades, mas para preservar e ampliar conquistas já obtidas.

Que venha 2016!

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