Por Lya Maeda e Rodrigo Borges Delfim
Atualizado às 22h45 de 21.out.2022
A 27ª Festa do Imigrante, que terminou no último domingo (16) em São Paulo, recebeu um total de 30 mil pessoas ao longo dos quatro dias de evento, segundo balanço divulgado ao MigraMundo pelo Museu da Imigração.
O público deste ano superou a média que o evento costumava registrar anualmente até 2019, antes da pandemia de Covid-19, que ficava em torno de 20 mil pessoas.
Em 2020, o evento ocorreu de forma online. Já em 2021, a Festa retornou ao formato presencial, mas seguindo uma série de normas restritivas, como a exigência de comprovante de vacinação e uso de máscaras. O público total chegou a 7 mil pessoas, o que já foi motivo de comemoração pela organização.
Paciência com filas
Esse público acima da média se fez notar especialmente no domingo (16), último dia festa, demandando paciência dos visitantes. No começo da tarde, a fila para entrar era enorme e se estendia pela rua Visconde de Parnaíba, onde fica o Museu. Já dentro do evento, a espera por adquirir um cartão de consumo chegou a vinte minutos, conforme notou a reportagem.
A longa espera foi destacada por Enilso Mont Oliva, que foi ao evento pela primeira vez. No entanto, para ele a experiência foi positiva.
“Com um pouco de paciência a coisa se resolve de forma legal. No geral tá bacana”.
Massayuki Tengan e o neto, Enzo Tengan, de 11 anos, também estrearam na festa e destacaram a lotação, mas colocaram esse fator como “parte do jogo”. “Muito cheio, é verdade. Mas sem isso não ia ter graça”.
Elogios à estrutura
Quem também estreou na Festa do Imigrante foi o grupo de dança feminino Stand Out, que tem o k-pop (música pop coreana) como carro-chefe. Uma das integrantes, Natalia Brasileiro Santos, elogiou a estrutura do evento e destacou a diversidade cultural presente na festa.
“Viemos aqui a convite do Centro Cultural Coreano para trazer um pouco da cultura dessa migração para cá. É nossa primeira vez aqui e tem sido bem legal passear por toda essa mistura”.
Entre os expositores também foi elogiada a estrutura da festa. Cláudio Tadeu Svedio levou receitas e cervejas típicas da República Tcheca, terra de seus avós, e gostou do que viu.
“Estou gostando bastante. O primeiro dia foi um pouco vazio, mas nos dias seguintes foi excelente. Espero poder participar nas próximas edições”, disse ele.
Balanço
Segundo Alessandra Almeida, diretora-executiva do Museu da Imigração, a festa terminou com o sentimento de dever cumprido.
“Conseguimos proporcionar ao nosso público não apenas alegria e integração, mas a reflexão sobre fluxos migratórios, diversidade, origem e cultura. O tema da migração está mais atual e relevante do que nunca, assim como a missão da nossa instituição, que tem a preocupação em promover ações que levem esse conteúdo para a sociedade. Foram dois fins de semanas intensos, sobretudo com o acréscimo de um dia de evento, totalizando quatro dias de programação com um público expressivo. Estamos celebrando não apenas o grande sucesso desta edição, mas as 100 comunidades e os 54 países e regiões presentes!”.
Uma das novidades da edição deste ano, o dia adicional de festa não está confirmado para as edições seguintes. As Festas do Imigrante anteriores a deste ano – exceto a de 2020, que foi virtual em razão da pandemia – tiveram três dias de atividades.