Celebração aos japoneses no Brasil se soma a outras manifestações culturais de migrantes que tem ocorrido na avenida aos domingos
Por Amanda Louise
Em São Paulo (SP)
Atualizado às 12h30 em 11/06/18
Neste ano completam-se 110 anos da imigração japonesa para o Brasil, que teve como ponto de partida a chegada do navio Kasato Maru no porto de Santos em 18 de junho de 1908. Por esse motivo, uma série de eventos tem sido promovidos ao longo deste ano para celebrar esse marco.
Uma dessas atividades aconteceu na Paulista Aberta, no último domingo (10), mais exatamente em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no qual o Centro Cultural da Fiesp promoveu sua homenagem à presença japonesa no Brasil e no Estado de São Paulo.
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O evento foi marcado por diversas atividades para animar os presentes – de lutas a danças tradicionais japonesas, enaltecendo a história e cultura nipônica.
Vitor Kobayashi, presidente de honra do Instituto Paulo Kobayashi – dedicado a projetos de educação, inclusão e cidadania – é um dos coordenadores do evento. Ele explica que é uma homenagem da Fiesp aos imigrantes, e destaca a importância da comunidade nipônica receber esse carinho.
“Se hoje, a gente recebe aí diversas influências e de diversas culturas, a cultura vem bem representada pelos seus imigrantes”, completa.
A YouTuber Débora Hudz, que nasceu no Brasil e mora há 18 anos no Japão, também esteve presente no evento para falar sobre o trabalho que desenvolve no canal. É a primeira vez que pisa em terra tupiniquim após anos e diz estar muito animada e surpresa com a quantidade de nikkeis no país.
Ela enfatizou que 90% dos seguidores são brasileiros, que acompanham seus vídeos sobre sua experiência no Japão.
Entre Taikôs e danças folclóricas, o público que lotou a frente da Fiesp, manteve-se animado e participativo durante toda a celebração – inclusive quando a bateria da escola de samba Águias de Ouro subiu ao palco como exemplo de união entre as culturas brasileira e japonesa.
Em 2015, a escola de samba paulistana levou ao Carnaval daquele ano um enredo sobre a imigração japonesa.
Migração e Paulista Aberta
Além do evento dedicado à migração japonesa, a Paulista Aberta já recebeu outras atividades relacionadas às migrações.
Grupos folclóricos bolivianos já marcaram presença na Paulista aos domingos, como na programação que antecedeu o Fórum Social Mundial de Migrações, que aconteceu em julho de 2016 na capital paulista. E também já ocorreu uma roda de conversa sobre migrações, dias depois de um protesto xenófobo ter ocorrido na mesma avenida.
A Paulista Aberta também foi palco das duas últimas edições da Marcha dos Imigrantes, tradicional manifestação das comunidades migrantes de São Paulo – tudo leva a crer que o ato volta à avenida neste ano.