Por Danyel Andre Margarido
Quem faz Global Mobility? É uma pergunta estranha. Afinal, a Mobilidade Global de Pessoas é experienciada por expatriados e suas famílias (pensadores atuais chamam a família de Co-Expatriados, e, para mim, faz todo o sentido). Entretanto, quem são as pessoas que fazem Global Mobility acontecer?
Quando falamos das pessoas envolvidas em um processo tão grande como esse, não podemos pensar que somente o Advisor – o seu contato na empresa – lida com todas as questões pertinentes à expatriação sozinho.
Isso porque o papel do Advisor está em prever guiar o expatriado, e co-expatriados, por toda a jornada da expatriação. De ponta a ponta do processo, existe uma pessoa dedicada em cuidar de cada aspecto do processo de mobilidade global – o Advisor tem um nome: Especialista em Mobilidade Global.
Esse Especialista atua em várias frentes, equilibrando os interesses das empresas e a jornada do expatriado, e co-expatriados, diariamente. E, pelo peso de sua incumbência, atua na experiência do expatriado (como diz a inspiradora Suzie Clavery: “It’s all about people; It’s all about Experience.”), e, o famoso, ROI da empresa.
Um Advisor que não saiba equilibrar tais questões pode acabar com muitos nós a serem desatados em suas mãos.
Ainda, é bom lembrar que, o Especialista em Mobilidade Global descende de muitas secretárias executivas, as quais eram responsáveis pelas vidas pessoais e profissionais dos executivos que assessoravam – e assim o fazem até hoje. Essas profissionais são, em algumas empresas, os únicos pontos de contato entre o expatriado e a empresa no Host Country, as únicas pessoas que auxiliam no processo, cuidando de sua família, de questões simples do dia a dia, que, para pessoas que ainda não dominam o idioma local podem ser mais desafiadoras.
E, para que todas as questões relacionadas ao expatriado e co-expatriados sejam respondidas, como dito, o Especialista não atua sozinho.
“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” – Eclesiastes 4:9-10
Networking e pessoas em Global Mobility
Global Mobility é importante não só pelos processos que estão sob sua responsabilidade, mas tem sua importância no número de pessoas envolvidas.
Uma das ferramentas mais discutidas e necessárias hoje em dia é vivida por todos os que fazem parte de Mobilidade Global: Networking. E nesse networking estão todas as pessoas que atuam em áreas especificamente necessárias, ou necessariamente específicas, na movimentação de pessoas.
Esse networking não inclui somente as pessoas que atuam no tripé que sustenta Global Mobility (Imigração, Relocation e Tax), mas, também, as pessoas que trabalham para as empresas que sustentam a Mobilidade.
O departamento que maneja os expatriados precisa ajustar sempre suas lentes, para que o foco seja em pessoas. Não só nas pessoas que passam pela jornada da expatriação. Mas as pessoas que fazem a jornada acontecer.
Todos os stakeholders são compostos por pessoas com um interesse em comum. O toque humano se faz necessário. O “Expat Experience” é potencializado quando colocamos os processos em seu devido lugar: como ferramentas de pessoas engajadas com um propósito.
Caso se esqueçam que os processos, as políticas e os procedimentos devem facilitar e guiar a jornada como um todo, corre-se o risco de engessar uma área que lida não só com aspectos profissionais, mas pessoais – de pessoas – tirando, assim, grande parte de sua estratégia e grande parte dos seus ganhos.
“Nenhum homem é uma ilha” – John Donne
Expatriado, um imigrante
Ainda, não podemos deixar que o nome “Global Mobility” nos engane: o Expatriado é um imigrante, ainda que temporário.
Por isso os desafios pertinentes a um imigrante estão presentes, por mais que haja um grande esforço por parte do home e do host countries em diminuir sua incidência.
Entender as dificuldades de um expatriado em questões que possam parecer simples para nós, e ajudá-lo em suas respostas, estampa o fator humano no departamento. Essa pessoa pode estar sozinha em um país em que poucos falam sua língua (muitas vezes somente o Advisor e o líder local), o que pode ser debilitante.
Atuar em questões simples, treinamentos, compartilhar informações, beber da fonte da cultura do outro, criar networkings globais, encontrar soluções fora (mas não longe) das políticas, podem ajudar a pessoa que não fala bem o português a encontrar uma outra pessoa do outro lado da mesa.
Sobre o autor
Danyel Andre Margarido possui mais de dez anos de experiência em Mobilidade Global e Expatriados, atuando como consultor de Global Mobility na EMDOC, e fundador da Altiore Experience. Atualmente no setor de Global Mobility do Prysmian Group, já realizou a movimentação de mais de 2.000 famílias pelo mundo. É formado em Relações Internacionais pela UniFMU, com especialização em Direito Internacional pela Escola Paulista de Direito. Tem MBA em Recursos Humanos, pela Anhembi Morumbi, e um mestrado profissional em Recursos Humanos Internacionais, pela Rome Business School.
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