Em funcionamento desde o final de agosto, o centro de acolhida a imigrantes da Prefeitura de São Paulo ganha novas funções e desafios a partir desta terça-feira (11), com a inauguração plena dos serviços orientação (jurídica, psicológica e social) e cursos e oficinas que constituem o Centro de Referência e Acolhida a Imigrantes (CRAI).
O equipamento instalado em um edifício de três andares da rua Japurá, no bairro da Bela Vista, e que abriga tanto acolhida como serviços de orientação ao imigrante, é fruto da parceria entre as Secretarias de Assistência Social e de Direitos Humanos e Cidadania. A gestão do local é feita pelo Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade), que recebe imigrantes encaminhados pelos CREAS (Centros de Referência Especializado de Assistência Social) do município.
O local deve contar com atendimentos em seis idiomas (português, espanhol, inglês, francês, creole e árabe). Para melhor atender à demanda, a equipe que trabalhará diretamente com a orientação aos acolhidos é composta tanto por brasileiros como por imigrantes que dominam tais idiomas.
“Esse centro é sobretudo o resultado da escuta da sociedade civil, em especial dos imigrantes, que pediram a abertura de um espaço como esse”, afirmou o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, presente à inauguração.
A solenidade contou também com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que destacou o caráter inovador do centro municipal de acolhida. “Nesta área tradicional da assistência social é possível inovar, e é isso que essa equipe e esses novos equipamentos estão fazendo”. Ele ainda lembrou a dívida histórica e contemporânea que a capital paulista tem com a população migrante. “São Paulo é um caldeirão de culturas e tem muito a oferecer aos imigrantes porque os imigrantes sempre tiveram muito a oferecer a São Paulo”.
Para o senegalês Massar Saar, representante dos imigrantes no Conselho Participativo da Subprefeitura da Sé, o impacto do novo centro vai além da capital paulista. “Isso é um grande avanço para facilitar a integração dos imigrantes aqui em São Paulo, mas no Brasil todo – porque o imigrante não fica em uma cidade só”.
Novos desafios à vista
Em menos de três meses de funcionamento, 68 pessoas que passaram pelo centro de acolhida já conseguiram deixar a casa com um emprego ou um local para ficar. Embora a rotatividade mostre que o imigrante tem conseguido se reorganizar com pouco tempo acolhido, a casa atualmente tem 108 das 110 vagas preenchidas, o que já representa um desafio a ser contornado.
Para o frei José Francisco de Cássia dos Santos, diretor do Sefras, duas dessas armas para lidar com essas demandas são o diálogo e a articulação. ”Penso que o papel do CRAI é de articular toda a rede, das organizações que trabalham com imigrante. Vamos ter de fazer um trabalho muito integrado, porque senão a gente não vai amenizar esse quadro. Acho que é a partir do CRAI que a gente vai desenhar esse mapa de atendimento”.
Mas uma vez egresso da casa, o imigrante pode cair em situação vulnerável? Para a secretária de Assistência Social, Luciana Temer, tal risco existe justamente se eles não receberem esse atendimento inicial feito pelo centro. “Eles [os imigrantes] têm uma estrutura e uma bagagem individual muitos grandes, não são pessoas que estavam em situação de rua em seus países. O que elas precisam é de um acolhimento inicial – que é o que a Prefeitura tem dado”.
Novas unidades?
A princípio, a Secretaria de Assistência Social não pense em abrir novas unidades em outras regiões da cidade, embora não descarte reavaliar a decisão. “O que nós procuramos fazer é fortalecer o trabalho deste centro para que a rotatividade seja cada vez maior. É só a gente dar a sustentação necessária”.
Já os imigrantes, no entanto, esperam que outras unidades sejam abertas em áreas que já teriam demanda suficiente para justificar uma instalação. “Só um aqui, no centro, fica muito longe. Agora, se tem espalhado por outras áreas, como Mooca, Itaquera ou Santana, seria mais fácil”, opina Massar.
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