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terça-feira, dezembro 10, 2024

Sob chuva, mulheres imigrantes vão a ato em SP contra feminicídio e violência de gênero

Atualizado às 12h33 de 10.mar.2020

Mulheres imigrantes que vivem em São Paulo se organizaram para reforçar as manifestações do último domingo (8) na avenida Paulista, data na qual é lembrado o Dia Internacional da Mulher.

A chuva que caiu com força durante a tarde na capital paulista não impediu participação de mulheres migrantes independentes e de coletivos como Equipe de Base Warmis – Convergência de Culturas, Rede Milbi (Mulheres Imigrantes lésbicas e bissexuais), Diásporas Africanas e Si, Yo Puedo.

As Warmis – termo que significa “mulheres” em quéchua, língua falada especialmente no Peru e na Bolívia – destacaram a luta contra o feminicídio e a violência de gênero em sua participação.

O pedido vem de acontecimentos recentes em meio à comunidade boliviana na capital paulista, que viu duas jovens de 24 anos serem mortas em fevereiro passado. Uma delas foi vítima do próprio namorado. E a outra, que estava grávida, de seu ex-marido.

Em nota, as Warmis fundamentaram sua caminhada nos temas trabalhados na mais recente “Pré-Conferência Livre: Conferência e Políticas Públicas para mulheres imigrantes, refugiadas e apátridas”, que vem elaborando estratégias diversas para a preservação de direitos diante ao atual e arriscado cenário de políticas de migração do governo de Jair Bolsonaro.

“O combate ao feminicídio, a violência de gênero e à violência doméstica, a importância do parto humanizado com olhar intercultural, do respeito às diferentes culturas, do nosso acesso a direitos básicos como educação e saúde, tudo isso é importante de pedir e assegurar cada vez mais. Estaremos na rua por tudo isso, estaremos na rua pelas mulheres imigrantes e as brasileiras são nossas aliadas nesta luta também”, declara o grupo.

A ativista colombiana Maria Paula Botero, da Rede Milbi, afirmou que sentiu falta de um olhar sobre a questão imigrante dentro do 8M, como é conhecida a manifestação no 8 de Março. Esse fator torna ainda mais necessária a presença do grupo tomando parte do ato.

“Acreditamos que é uma intersecção que dentro do feminismo deve ser levada em conta por causa das violências que as mulheres imigrantes , refugiadas e apátridas sofrem tanto durante o caminho como no país de acolhida”.


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