Por Ana Carolina Montoro
Estão abertas até o próximo dia 15 de outubro as inscrições para a terceira edição do RefugiArte, promovido pelo Alto Comissariado para ONU para Refugiados (ACNUR). Ele reúne trabalhos de artistas refugiados e migrantes e visa conscientizar, por meio da arte, sobre as necessidades de proteção e inclusão de refugiados e deslocados internos.
O tema dessa edição 2020-2021 são as questões e crises que levam ao deslocamento forçado de pessoas na América Latina e Caribe. Por esse motivo a exclusividade em aceitar participantes nacionais ou residentes somente dessas duas regiões.
Os artistas, ilustradores e cartunistas podem se inscrever até as 23:59 do dia 15 de outubro. Para isso é preciso enviar ficha de inscrição e a peça artística desenvolvida. Os detalhes sobre o RefugiArte, bem como termos e condições, podem ser acessados em https://www.acnur.org/refugiarte.html
A seleção oficial terá um total de 16 ilustrações que refletem as quatro situações de deslocamento forçado na América Latina e no Caribe que tem se mostrado mais preocupantes nesses últimos anos: o êxodo venezuelano, os protestos na Nicarágua e os deslocamentos internos na Colômbia e o chamado Triângulo Norte da América Central.
Refúgio e deslocamento forçado na América Latina
De acordo com os dados divulgados no último balanço geral do ACNUR, 79,5 milhões de pessoas se viram forçadas a se deslocar ao redor do mundo até o final de 2019. Esse número é quase o dobro do registrado há dez anos, quando era de 41 milhões em 2010.
A situação nas Américas tem chamado a atenção especialmente pelo seus altos números. Desde o início da crise na Venezuela, 5,2 milhões de pessoas deixaram o país. Desse total, 4,3 milhões se deslocaram para outra região da América Latina, incluindo o Brasil. Entre todos os deslocamentos forçados globais atuais, somente a Síria supera em magnitude a questão venezuelana.
Já na América Central, de acordo com o ACNUR, ao menos 4 mil pessoas fogem por mês da Nicarágua, resultado da crise sociopolítica que se seguiu aos protestos de abril de 2018. Os atos começaram por conta da reforma na Previdência Social e se estenderam contra o presidente Daniel Ortega, que comanda o país desde 2007.
Cada uma dessas crises resulta em um perfil de deslocado: no caso da Venezuela, costumam ser famílias inteiras que atravessam as fronteiras; já na Nicarágua, por conta dos protestos serem normalmente liderados por universitários, eles são os principais alvos políticos; no norte da América Central os mais atingidos são crianças e jovens; por fim, na Colômbia, mulheres camponesas afrodescendentes e indígenas são as principais vítimas.
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