Dois projetos recentes lançados por instituições da sociedade civil ligadas à temática migratória valorizam o papel e a presença da mulher migrante no Brasil. Ambos utilizam a linguagem audiovisual, ao lançar mão de vídeos e animações para contar histórias sobre anseios, problemas, sonhos e estratégias de atuação protagonizadas por mulheres de dfierentes nacionalidades.
Os projetos são o Vozes e Olhares, idealizado pela Missão Paz e com o apoio de instituições parceiras, e o curta-metragem “A Linha que Nos Une”, lançado pelo CEMIR (Centro da Mulher Imigrante e Refugiada). Saiba mais abaixo sobre cada iniciativa.
Vozes e Olhares
Lançado no último dia 17 de novembro, o Vozes e Olhares consiste em uma série audiovisual que apresenta histórias de mulheres congolesas, filipinas e venezuelanas. A série foi desenvolvida pela Missão Paz, instituição referência na orientação e atendimento à população migrante em São Paulo, em parceria com o Feitos de Coragem, projeto audiovisual que registra histórias de migração. O apoio é da Fundação Rosa Luxemburgo e da Fundación Avina.
Ao todo são três vídeos documentais e seis animações, sendo que os lançamentos dos documentários serão feitos durante eventos online com a presença de representantes da Missão Paz, dos realizadores e das mulheres que protagonizam os episódios da série. O material pode ser acompanhado por meio das redes sociais e do canal da Missão Paz no YouTube.
Os vídeos documentais trazem as histórias de Hortense Mbuyi, da República Democrática do Congo, de Jona Acosta, das Filipinas e Rockmillys Basante, da Venezuela. Os relatos explicitam os desafios, riscos e dores da migração e
do refúgio, a saudade dos filhos e da família, a adaptação a uma nova cultura, os abusos sofridos no país de origem e no Brasil e a batalha por uma vida mais digna e feliz.
Já os vídeos de animação são baseados em depoimentos reais que foram adaptados e ganharam vida com as ilustrações da artista Katia Horn e as locuções de mulheres também migrantes e refugiadas dos mesmos países das que concederam os relatos originais.
“Estamos muito felizes com o lançamento do projeto Vozes e Olhares. Foi um longo caminho até aqui, de muito diálogo entre a equipe e as mulheres imigrantes e refugiadas que generosamente abraçaram esse projeto conosco. Vale ressaltar que a escolha de convidar mulheres de três países e continentes diferentes foi uma forma de nos lembrar que não importa onde estejamos, as realidades para as mulheres que migram se interseccionam”, ressaltou Clarissa Paiva, assessora de projetos da Missão Paz e idealizadora da série.
O Vozes e Olhares é inspirado ainda no seminário Vozes e Olhares Cruzados, evento presencial promovido pela Missão Paz entre 2012 e 2017. O MigraMundo acompanhou três dessas edições – em 2014, 2015 e 2017.
“A Linha Que Nos Une”
Outra produção audiovisual recente que exalta o papel da mulher migrante no Brasil é o curta-metragem documental “A Linha Que Nos Une”, sobre a experiência, a resistência e a esperança de Mulheres Imigrantes e Refugiadas em meio à pandemia de Covid-19.
Idealizado pelo CEMIR, o curta conta com a presença de mulheres migrantes que atuam em rodas de conversa promovidas pela instituição em diferentes regiões da perfieria de São Paulo. As participantes são principalmente de países da América do Sul, como Bolívia e Peru.
“O vídeo mostra por um lado os problemas, mas por outro as saídas e estratégias que as mulheres migrantes adotam em relação a eles. E uma das coisas que o vídeo mostra é a capacidade de organização das mulheres, que são referências para o bairro e para as instiuições. O vídeo mostra também essa força”, ressaltou Soledad Requena, coordenadora do CEMIR.
Uma prévia do curta está disponível na página do CEMIR no Facebook.
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