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quarta-feira, abril 17, 2024

Moisés e a Poesia: Crianças Solitárias

Por Moisés António*

Sob o olhar fatídico com olhos marejados e cansados,
Desenham-se a melancolia;
Na expressão facial dos anjos pequenos
Contemplo os mil milhares de questionamentos lúgubres
… Não respondidos!

Um ente querido se foi
Um pai, uma mãe, irmã?
Não importa, são vidas que uma bomba, um canhão, uma arma mortífera levou reduzidas ao nada, que o patriotismo,
democracia ou a ganância mefistofélica não podem trazê-las de volta!

É um revés avassalador
melancólico
causado por homens – mas não humanos,
Que prendem a paz, a felicidade, roubando o sorriso desses pequenos
que se questionam o motivo pelos quais nasceram, vivendo com os corações ainda batendo, porém com os futuros roubados, incertos sem nenhumas respostas!

Oh…gente de palmo e meio, por vós eu senti a vossa dor!
Vós que ainda não vivestes,
mas que também já comestes o pão que o diabo amassou!
QUE CULPA TERIAM VOCÊS, PARA MERECEREM TAL CASTIGO,
SE NO MÍNIMO AINDA NÃO SABEIS POR QUAIS MOTIVOS ESTAIS AQUI?

Em seus olhos lacrimogêneos, tristes, pálidos e famintos…
Descrevem a descompreensão dos questionamentos não respondindos, fazendo-me acreditar por vós que, às vezes a vida chega mesmo a não fazer sentido!

Tudo porque um Governo se mostra ser superior, outro o melhor
e um do outro lado o mais poderoso, aquele outro o dono do mundo!

ENTÃO, TUDO SE ECLODE, GERMINANDO ÓDIO
Que vidas levou, e ainda leva…
E porquê?
Conheço as resposta: POR GANÂNCIA, VAIDADE, EM SUMA, É UM VERDADEIRO SACRIFÍCIO… UMA CARNIFICINA,
Que fazem à esse deus insano, que só destrói mas não nos dá a vida!

São crianças…. exatamente aqueles seres que ainda nunca viveram…
vendo seus futuros roubados;
Suas infâncias roubadas e a paz de espírito totalmente destruída!
A Juventude sacrificada!
E, assim acabam sendo jogadas num vazio brutal na ausência de seus entes queridos! oh… que Dó!

OH, Gente pequena e frágil
Criança, criatura celestial- anjo pequeno!
Por vós sinto a vossa dor e por falar nisso, lanço aqui todo o meu amor nesses versos, como protesto aos governantes desse mundo injusto,
apelando pela paz, liberdade,
tolerância e justiça!

REPITO: Por DEUS, parem de nos matar em nome do patriotismo, em nome da paz, e ou da democracia mascarada,
quando na verdade o que existe dentro de vocês…
É a ganância, arrogância e o Egocentrismo!
Germinando ódio que vidas levou,
E que o patriotismo jamais as trará de volta!

Sobre o autor

*Moisés Tiago António é um poeta e escritor angolano radicado no Brasil. Residente em Curitiba, tem na condição de migrante uma de suas inspirações literárias. Ele permite a republicação de parte de seus poemas pelo MigraMundo, que já disponibilizou Sou ImigranteCarta do Refugiado às NaçõesChoro Inocente de Menino, O Viajante e Sou D’África Filho da Realeza. Estes e outros trabalhos estão disponíveis também na página Moisés e a Poesia, no Facebook. É também autor do romance “Clarice” (Editora Travassos).

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